quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mais sobre o nosso dia hoje

Hoje pela manhã, deixamos nosso hotel em Varsóvia e fomos conhecer lugares fundamentais para entender a história dos judeus durante a guerra, a dinâmica do cruel extermínio promovido pelos nazistas e algumas das facetas do movimento que levou adiante o levante do Gueto de Varsóvia, comandado principalmente por Mordechai Anilewicz.

Conhecemos a Umschlagplatz (a praça de deportação) de Varsóvia, para onde eram levados milhares de judeus que, amontoados, eram forçados a entrar em vagões de carga que os levavam para a morte em Treblinka. Muitos vinham forçosamente; outros eram atraídos pela comida oferecida pelos nazistas e pela promessa de que fora do Gueto teriam melhor sorte, afastados das epidemias e da fome.

Desta praça mais de 300 mil pessoas foram mandadas para morte. Nesta Umschlagplatz, milhares de filhos viram pela última vez a seus pais. Milhares de pais disseram suas últimas palavras a seus filhos, abençoando-os, desejando-lhes tudo de bom, insuflando esperança em seus corações de que um reencontro ocorreria em breve. Nessa praça, milhares de homens e mulheres gravaram em suas mentes e seus corações a última imagem daqueles que amavam.

Hoje há aqui um monumento. Gravado em suas paredes de granito estão os nomes daqueles que daqui saíram: Mosze, Avraham, Sara, Debora, Berta, Bela, Mordechai, Shmuel... Milhares de nomes. É uma tentativa de fazer-nos lembrar que cada um deles tinha um nome, uma vida, uma família. Cada um deles era um mundo inteiro. Os nazistas tentaram apagar seus nomes, mas nós vamos lembrá-los sempre. Pois são os nossos nomes, os nomes de nossos pais, os de nossos avós que estão nessas paredes.

No interior do monumento da Umschlagplpatz (ao fundo, na parede, os nomes gravados)

De lá, seguimos pelas ruas do antigo Gueto e conhecemos a história de alguns dos heróis da resistência judaica em Varsóvias. Alguns destes heróis lutaram com armas e, com bravura, fizeram um levante. Outros resistiram escrevendo suas memórias, incentivando outros para que lutassem para sobreviver ou tentando alertar o mundo para o extermínio que ocorria.

Chegamos até Mila 18 (hoje apenas um monumento, uma montanha de terra), o local que ficou famoso por abrigar o grupo de jovens que realizou o levante. Jovens de movimentos juvenis, como muitos de nós, exatamente como nós, mas que nasceram há uma ou duas gerações atrás e na Europa. uma diferença apenas de tempo e de lugar.

Em frente a Mila 18

 

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Daniel, parabéns pelo belo texto. É com extrema emoção que acompanho os passos de vocês nesta jornada dura mas necessária. Amanha, enquanto estiverem marchando , pensem que estão realmente fazendo a marcha da vida. O que significava morte a algum tempo atras, serve hoje para mostrar que o povo judeu sobreviveu, frutificou e está mais vivo do que nunca. AM ISRAEL CHAI VE KAIAM.Parabéns a todos os organizadores e professores por proporcionarem aos nossos filhos este momento único.Beijos a todos e amanha honrem os 6 milhões com uma bela marcha.

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