segunda-feira, 30 de abril de 2012

Uma Noite no Deserto

Agora são 14:40h aqui em Israel, 8:40h aí no Brasil. Estamos no ônibus, deixando o Neguev, onde fizemos um passeio ecológico nesta manhã (em breve contarei mais sobre hoje), em direção a Jerusalém, onde nos prepararemos para ir ao aeroporto.

Ontem estávamos isolados sem internet (o que tem certamente seu lado bom), portanto conto agora como terminou nosso dia após deixar a região de Massada e do Mar Morto:

Saímos do Mar Morto e subimos em direção a Kfar Hanokdim, uma aldeia beduína turística perto de Arad. Dizer que "do Mar Morto subimos" é certamente um pleonasmo, uma vez que não há no mundo lugar mais baixo que este, mas a pressão nos ouvidos durante esse breve trajeto de ônibus me compele a descrever assim a viagem.

Chegamos ao acampamento e fomos recebidos pelos beduínos para tomar um café na tenda, aprender sobre seus costumes e ouvir um pouco de música. Assim como nossos patriarcas, que eram nômades neste mesmo deserto, os beduínos dão grande valor à hachnassat orchim (receber bem as visitas).


Na Tenda

Fazendo Café

Um Pouco de Música

Fomos então aos camelos. Momentos de júbilo e risadas se alternavam com gritos de susto e desespero de quem não está acostumado com este tipo de veículo. No entanto, até os momentos camelofóbicos podem transformar-se em risadas quando estamos entre os melhores amigos. Um final de tarde incrível no deserto, com direito a por-do-sol no fundo.

 
















A seguir, fomos jantar na tenda. Nos sentamos de quatro em quatro, diante de grandes bandejas, servidas constantemente pelos beduínos. A grande pergunta: Como comer? Na falta de garfos e de pratos (e de imaginação para adivinhar como fazem os habitantes do deserto), falou mais alto a fome e cada um encontrou um jeito de comer a mistura de arroz, bolinho de carne, galeto, tehina e outros molhos, sujando-se o mínimo possível.


Jantar Beduíno

Após o jantar fomos levados à nossa tenda de dormir, onde cada um preparou sua cama. Por cama, entenda-se: finos colchões para evitar que se durma diretamente sobre a areia. "Quão finos?" - perguntará o leitor não familiarizado com a vida do deserto. Mais ou menos assim: se embaixo do colchão houver uma moeda de um real, o aspirante a beduíno que se deita sobre ele saberá dizer sem vacilar (se tiver habilidade e os necessários conhecimentos numismáticos) se é cara ou coroa.

Fizemos então uma fogueira, ao redor da qual nos sentamos e cantamos. Assamos marshmellows no espeto (sem dúvida a principal contribuição norte-americana para a vida no deserto e, possivelmente uma das maiores invenções do yankees em todos os tempos) e nos divertimos muito aprendendo novas canções. Fomos caminhar pelo deserto e sentir um pouco da calma que esse vazio proporciona. Foi um pouco difícil, já que haviam muitos outros grupos no acampamento, quebrando o silêncio do lugar.

Fogueira


Voltamos para a fogueira, conversamos e compartilhamos nossos sentimentos. Afinal, é nossa última noite em Israel (a próxima será a bordo do avião). Fomos dormir exaustos, já nos preparando para nosso último dia de jornada, que começou hoje de manhã.


Não tem Travesseiro?

Zzzzzzzzz.....


2 comentários:

  1. Gente lindo demais, e a felicidade destes adolescentes contagia. Daniel não esquece de dizer a eles trazerem casacos em mãos, pois está muito frio aqui e ESTAMOS MORRENDO DE SAUDADES!!!

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  2. Ge-ni-ais as fotos do deserto, e as boiando no Mar Morto. Final perfeito, descontraido, inesquecivel pra essa viagem tão especial. Boa viagem pra todos, esperamos aqui ansiosos, Juju we love u!

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