sábado, 28 de abril de 2012

Acharei Mot - Kedoshim

Bom, fiquei devendo contar um pouco sobre nosso Shabat aqui em Jersualém. Desta vez será um post sem fotos, espero que tenham paciência para ler.

Aqui em Israel, este é o Shabat Acharei Mot - Kedoshim, enquanto no Brasil foram lidas as parashiot Tazria - Metsorá. Esta é uma excessão, já que, em geral, todos os judeus do mundo leem a mesma parashá. O motivo para esta defasagem está ligado ao calendário: o último dia de Pessach na diáspora coincidiu com um Shabat.

De qualquer modo, tivemos o mérito de estar aqui justamente no Shabat em que lemos alguns dos mais importantes ensinamentos da Torá, entre eles: "amarás o próximo como a ti mesmo", "não mentireis", "não amaldiçoareis um surdo nem colocareis obstáculos diante de um cego", julgar o pobre e o rico sem fazer distinção, ajudar o pobre com parte de tua colheita, levantar-se diante dos mais velhos, ser honesto nos negócios, não atrasar o pagamento do salário de teu funcionário, não fazer fofocas e guardar o Shabat. Tudo isso em uma parashá muito especial, lida esta semana (vide Levítico, capítulo 19).

Fomos ao Kotel para o Kabalat Shabat. Estava tomado por uma multidão, reunida em centenas de pequenos grupos, cada qual entoando os salmos e as preces de acordo com seu costume e ritmo particular. É assim sempre no Kotel: no ar, misturam-se as diferentes pronúncias e cânticos que, diante do muro que restou do Grande Templo, se unem e sobem diretamente aos céus. Frequentemente, algum grupo termina um salmo e põe-se a cantar e dançar (e lá íamos nós, dançar com eles!).

Voltamos ao Hotel para o jantar de Shabat. Depois da comida fizemos uma atividade eclética: jogos (no melhor estilo quebra gelo, apesar de que, após dez dias juntos, sobrou pouco gelo pra quebrar), entremeados de cantoria, histórias e piadas. Ficamos até tarde (o que compensou depois, já que no sábado a programação só começou as 10:00h).

De manhã caminhamos até o Museu de Israel, uma excelente preparação para subir em Massada amanhã. Na verdade, o Museu não fica muito longe do nosso hotel, mas o clima seco e o sol forte sobre nossas cabeças dificultou bastante a caminhada que subiu certamente de um grau II (que é o grau "passeio em shopping") para um grau IV (que é o grau "redenção num domingo de verão"), numa escala que vai desde "trocar o canal da TV sem usar o controle" (grau zero) até "subir a Ramiro no verão levando uma bigorna" (grau XVIII).

No museu, aprendemos sobre a vida em Jerusalém no período romano, através da gigantesca maquete da cidade montada a partir das informações das crônicas de Flavius Josefus. Fomos também ao Santuário do Livro, onde estão os pergaminhos do Mar Morto. Nada mais adequado para o povo do livro, do que um santuário para proteger a cultura.

Antes de deixar o museu, todos foram se divertir na famosa escultura do "ahavá" (amor em hebraico), uma das centenas esculturas espalhadas pelos jardins do museu.

Voltamos ao hotel para almoçar (mais uma caminhada de grau II). Após o almoço, tivemos tempo para descansar e, aqueles que quiseram, foram acompanhados dos madrichim e da Morá Sônia à cidade velha, passear pelo Shuk.

Sem dúvida, um Shabat muito especial que ficará pra sempre em nossa memória. Um shabat inesquecível por ser em Jerusalém e especial porque passamos juntos.

Nos preparamos agora para os últimos dias de nossa jornada. Amanhã cedo, saímos em direção ao sul. Vamos a Massada e ao Mar Morto. No final da tarde teremos uma experiência no deserto, no coração do Neguev: andar de camelo e dormir como hóspedes nas tendas beduínas.

Um comentário:

  1. Queridos viajantes,
    que dia especial dividido entre espiritualidade e consumismo...entre a calma e ansiedade por fazer as melhores e mais baratas compras....de poder estar em pequenos e grandes grupos....
    Boa jornada para o sul, as cores do deserto são especiais e tenho certeza que poderão curtí-las no seu melhor estilo...com os amigos!
    Beijos cheio de saudades à todos, em especial para Aninha,
    Márcia

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