segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ticocyn e Lupochowa

Hoje bem cedo, deixamos nosso Hotel em Varsóvia e viajamos para o leste, em direção à pequena Ticocyn, onde outrora prosperava uma pequena comunidade judaica, com pouco mais de 2000 almas. Foi mais uma viagem cansativa, onde quem não dormiu de noite tirou um bom cochilo.

No ônibus


Chegamos ao shteitl, e visitamos a sinagoga. Um prédio imponente, construído em 1642. Suas altas paredes de concreto branco contrastam com as pequenas e humildes casas de madeira que o cercam. Ainda hoje é possível perceber como funcionava essa próspera comunidade que ali viveu por mais de 500 anos.

No interior do prédio, fomos cercados de coloridas paredes nas quais estão gravados vários trechos da reza. Cantamos e dançamos, contagiados pela vida judaica que ali havia. Fizemos um duelo musical entre rapazes e moças, revivendo a alegria que certamente preencheu o local por centenas de anos.

Na sinagoga de Ticocyn

Na sinagoga de Ticocyn

De lá, fomos até o bosque de Lupochowa, nas proximidades da cidade. Marchamos, sob fina chuva, pela tranquila floresta até as clareiras criadas pelos nazistas e onde se encontram enterrados, em uma vala comum, todos os membros da comunidade. Em único dia, 25 de Agosto de 1941, os nazistas levaram todos os judeus da cidade até a floresta, onde foram despidos, fuzilados e atirados nas valas comuns. Em um único dia, 500 anos de vida judaica foram destruídos, sorrisos de crianças silenciados, sonhos e esperanças despedaçados.



Caminhamos pela floresta, reconstituindo os amargos passos dos judeus de Ticocyn. Ao lado das valas, recitamos um salmo e ouvimos relatos transcritos dos poucos sobreviventes que escaparam deste massacre.

Voltamos ao ônibus e seguimos para Treblinka, um campo de extermínio projetado para assassinar com eficiência e exterminar, principalmente, toda a comunidade de Varsóvia e redondezas. Lá pereceram cerca de 870.000 judeus.

No Monumento em Treblinka


Os próprios nazistas, ainda durante a guerra, desmontaram o campo e tentaram destruir todas as evidências da terrível indústria de morte que ali havia sido instalada. No lugar onde havia o campo de extermínio, hoje existe um museu e monumentos de pedra, espalhados por todos os cantos, com os nomes das comunidades das quais foram deportados judeus para morrer em Treblinka.

Lá nos reunimos em frente ao monumento e entoamos o Hatikva. Eram nossos últimos momentos conhecendo a Polônia antes de embarcar para Israel.



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